Conheça o exame de Eletroencefalograma.

Você sabia que o cérebro humano consome e produz energia? Em repouso ele tem energia suficiente para acender uma lâmpada de até 25 watts. Ele também, é responsável por consumir cerca de 25% da energia de todo o corpo. Para que seja possível analisar a energia do cérebro e como ele se comporta, é realizado o exame de eletroencefalograma. O teste começou a ser realizado após 1929, quando o psiquiatra alemão Hans Berger descobriu que o cérebro gerava atividade elétrica passível de registro.

 

Afinal, o que é o eletroencefalograma?

O Eletroencefalograma ou (EEG) é um exame realizado com a finalidade de analisar e estudar a atividade elétrica cerebral espontânea, ele analisa os padrões das ondas cerebrais. A indicação é que o exame seja realizado em caso de suspeita de alteração na atividade elétrica do cérebro, como epilepsia, alguns tipos de dores de cabeça específicas, movimentos anormais, detecção de inflamações ou intoxicações cerebrais como, por exemplo, a encefalite, análise de alterações cerebrais após a ocorrência de Acidente Vascular Cerebral (AVC), traumatismos cranianos, tumores, lesões, a avaliação também pode ser feita em pacientes com outras doenças neurológicas.

 

Existem três tipos de Eletroencefalogramas, são eles:

Eletroencefalograma em vigília com foto estimulação, o tipo mais comum do exame, realizado com o paciente acordado, onde é coletada a atividade elétrica do cérebro, sem estímulos de luz.

Eletroencefalograma durante o sono, no qual o paciente geralmente passará a noite no hospital, facilitando a detecção de problemas como apneia do sono. Vale ressaltar que a maioria das alterações epiléticas em crianças ocorrem durante o sono, o que torna necessário o EEG durante o sono.

Eletroencefalograma com mapeamento cerebral, onde a atividade cerebral é captada pelos eletrodos e transmitida para um computador, que fará o mapeamento capaz de identificar as regiões do cérebro que estão em atividade naquele momento.

 

Quem pode ser submetido ao procedimento?

É um procedimento não invasivo, sendo assim, poderá ser realizado em pessoas de qualquer idade, desde recém-nascidos (a partir de 2 meses de vida) até idosos, todavia no caso de bebês prematuros, a indicação é que seja realizado um exame mais completo, o de poligrafia neonatal, que inclui o registro de eletroencefalograma, eletro-oculograma, miograma submentoniano, monitorização frequência cardíaca e vídeo-monitorização ao mesmo tempo. Dependendo da idade do bebê e, para que haja mais conforto para ela, o procedimento poderá ser realizado com a criança ainda no colo da mãe. A realização do exame não é recomendada em pacientes que tenham lesões no couro cabeludo, pois isso afetará o procedimento.

 

O que o EEG pode detectar no cérebro?

Com a realização do EEG é possível detectar várias doenças e distúrbios psiquiátricos e neurológicos ou até mesmo doenças infecciosas e degenerativas, como por exemplo:

  • Hemorragia cerebral
  • Abuso de drogas ou álcool
  • Tipos de cefaleia (fortes dores de cabeça)
  • Estrutura anormal no cérebro (ex: tumor)
  • Epilepsia (atividade excessiva e anormal das células cerebrais)
  • Detecção de Alzheimer
  • Detecção do espectro autista
  • Detecção de quadros demenciais
  • Enxaqueca
  • Edema cerebral (inchaço na região cerebral)
  • Problemas de perda de consciência
  • Encefalopatias (qualquer doença cerebral que altere a estrutura ou o funcionamento do cérebro)
  • Encefalites (Inflamação no cérebro, geralmente causada por uma infecção. Em alguns casos a encefalite pode resultar em distúrbios no sistema imunológico)
  • Distúrbios do sono (ex: narcolepsia e apneia do sono)

 

Quais são os pré-requisitos para a realização do exame?

  • O paciente não deve estar em jejum. De maneira geral, não há restrição alimentar para a realização do EEG.
  • Não poderá utilizar creme, gel ou qualquer outra substância no cabelo que possa atrapalhar a fixação dos eletrodos.
  • Deverá lavar o cabelo na noite anterior com sabonete neutro e água.
  • O paciente não deverá consumir bebidas com cafeína 12h antes da realização do exame.
  • Deverá tomar os remédios de uso habitual normalmente (evitá-los caso o médico recomende).
  • É recomendável que o paciente leve uma lista dos remédios que são utilizados por ele.
  • O paciente não deverá ter praticado exercícios físicos de maneira excessiva antes do exame.
  • Não se deve utilizar brincos, relógios, pulseiras ou colares durante o exame, pois poderão afetar os resultados.
  • Por ser um exame que também realiza registro de sonolência e sono, que é de extrema importância, exige-se que haja uma privação parcial do sono, onde paciente dormirá, pelo menos, quatro horas a menos do que seu habitual.

 

Como o exame é realizado?

O procedimento deverá ser feito por um técnico ou enfermeiro especialista em EEG, com o auxílio de uma pasta condutora para fixar os eletrodos, que também facilitará a captação adequada dos sinais elétricos, o EEG é executado através da colocação de eletrodos no couro cabeludo, serão colocados, aproximadamente, 20 deles com um espaçamento específico entre um e outro. O tempo de demora de fixação dos eletrodos é rápido, cerca de 5 minutos. O paciente deverá se sentar ou se deitar na maca.

No aparelho do EEG há um potente amplificador de correntes elétricas, que torna possível aumentar em milhares de vezes os sinais elétricos gerados no cérebro, a fim de que sejam detectados pelos eletrodos e devidamente registrados.

O tempo de duração pode variar de 20 minutos a algumas horas, tudo dependerá da condição neurológica a ser diagnosticada e da comodidade do paciente em relação ao procedimento. O eletroencefalograma pode ser analógico ou digital, em ambas as opções, o resultado será analisado por um neurofisiologista que será o responsável por compreender os padrões do traçado do EEG e emitir um laudo detalhado. A principal diferença entre o EEG digital e o EEG analógico é o uso ou não de papel. No procedimento analógico as ondas serão impressas e registradas em um papel, já no digital, as ondas serão registradas pelo software do computador e transformadas em pixels, após essa transformação, as ondas cerebrais serão exibidas no monitor com precisão.

O exame não deverá ter complicações, porém, em alguns casos isolados, pode ser que ocorram convulsões em pessoas epiléticas devido à estimulação com a luz pulsante utilizada no processo (efeitos intermitentes ou padronizados de luz podem fazer com que as pessoas, se sintam desorientadas, desconfortáveis ou indispostas).

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